http://riodande-angola.blogspot.com/2010/03/obra-dos-inumanos.html
Zenza do Itombe é uma aldeia do norte angolano.
Foi vítima da saga militar entre o MPLA e a UNITA (então grupos armados em Angola). Naquele trágico acontecimento, em que angolanos se transformaram em tochas humanas, a táctica empregue, foi transportar seres humanos com combustível, prática condenável por legislação internacional, mas que entretanto a corrupção e o clientelismo internacional abafaram. A fuga de informações, propositada ou não, fez o resto. Na sede por violência, a UNITA atacou o comboio sem discernimento e fez deflagrar o fogo que transformou cidadãos em tochas humanas. Esse facto, deu ao MPLA uma arma de propaganda, transformada em permanente marketing político e militar. Palmas para o requinte do mal. Erro de cálculo contudo, uma vez que se os resultados foram satisfatórios para o grupo político dominante em Angola, concorreu também para o ambiente de logro e insatisfação geral dos cidadãos, mantidos permanentemente sob a paz de Pirro, ou, para uma rápida compreensão, a Paz do Medo.
A dominação continua
À ignomínia no Zenza do Itombe, o genocídio do 27 de Maio de 1977, a Sexta-feira sangrenta ou mesmo as manobras dilatórias para o prolongamento do “mandato popular” de 1992, juntam-se outros factos e crimes contra a humanidade, que apenas o clientelismo e a corrupção internacional mantêm abafados. O onanismo da ditadura em curso intensificou o gozo, eliminando as eleições presidenciais previstas para o ano de 2009, prática que confirmou uma vez mais a existência de um país sob Golpe de Estado Constitucional permanente.
O 27 de Maio de 1977 - Crime contra a humanidade, que vitimou cerca de oitenta mil angolanos – visou extirpar de Angola a consciência nacional, a lucidez dos homens da nossa terra, e o apagamento da memória colectiva! Por esse facto, a noção do dever, impeliu-me a criar “A Obra dos Inumanos” e outros poemas a publicar, tendo como objectivo, manter presente a história de Angola, na perspectiva dos oprimidos. – Vox populi, vox dei -.
Sou dos que comungam a ideia de que se um jovem não se adequa ao seu tempo e aos problemas sociais, é uma desgraça causada no mínimo por um adulto incapaz ou por um Estado desgovernado!
A juventude é um estádio físico e mental inevitável, mas a alienação dos jovens, para além de uma falta de consciência governamental, revela-se como um Terrorismo de Estado!
À semelhança da actual juventude alemã, pouco consciente quanto às reais causas e consequências do Hitlerismo, na Eduardolândia – complexo grotesco e imaginário que substitui na prática e no costume a República -, também os jovens e os cidadãos em geral, estão confusos e algo apáticos, vitimados por uma feroz e irresponsável alienação mental e exclusão social, as ferramentas de contenção da vontade perfeitas, criadas pelos nossos opressores, com apoio ou omissão conveniente dos seus clientes internacionais.
“Para compreender a obra dos inumanos” é parte da minha noção de missão e noção de dever